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EREA ISA 2017, evento para quem?

O Encontro Regional de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo (EREA) da regional São Paulo aconteceu durante a semana do dia 08 de outubro e reuniu na região do Guarujá estudantes de diversas partes do país para discutir a temática "Pérola para quem?".

O Evento

A temática do encontro buscou discutir a mercantilização da cidade turística e a invisibilidade dos moradores locais durante os períodos não-turísticos. Dessa forma, inseridos num local que sofre desses aspectos e em um período propício às práticas do turismo, a experiência sobre o tema foi tão vivenciada quanto debatida no evento.


Durante a semana pôde-se perceber os extremos que a população moradora é submetida, de uma cidade fantasma, com casas fechadas e comércios vazios, a uma cidade com problemas de trânsito e aumento exorbitante dos preços dos produtos e serviços disponíveis.

Discussões

As mesas de debate, complementadas as vezes por oficinas, incitaram questões interessantes sobre a arquitetura. Porém, as principais discussões sobre a situação dos estudantes se deu durante os Momentos FeNEA e até mesmo durante a apresentação do Décimo Concurso Nacional de Ideias (CNI) (que teve seu resultado divulgado na plenária final do encontro).


Tais espaços garantiram voz aos alunos e deram a liberdade destes compartilharem suas experiências dentro do Curso de Arquitetura e Urbanismo, o qual foi tido por todos os presentes nas rodas de discussão como opressor, preconceituoso e segregacionista, independente da universidade em que é lecionado.


As experiências compartilhadas ajudaram a discutir sobre as mudanças que cada curso vem passando além das ferramentas que cada aluno usa direta ou indiretamente para fazer do seu curso uma experiência mais humana, com a inclusão de discussões políticas e modos de trabalho que quando aplicados dão à arquitetura um sentido maior que apenas o ato de projetar.


Diante disso, o processo foi destacado como a parte mais importante do aprendizado, o qual se faz muito eficaz quando acontece em espaços hierarquicamente horizontais e com participação vertical, onde alunos (veteranos ou calouros) podem trocar conhecimento e decidir seu processo de produção sem a interferência doutrinadora de grande parte do corpo docente das faculdades.

Escritórios Modelo

A presença dos EMAUS foi de extrema importância para os momentos de conversa. A participação de vários Escritórios da Regional São Paulo fortaleceram a união dos EMAUS e a participação estudantil por meio dos espaços horizontais que existem dentro de cada Escritório Modelo.


Além disso, o contato dos Escritórios com a realidade da Federação (FeNEA) acabam sendo o principal meio de inserção dos alunos dentro do Movimento Estudantil, uma vez que algumas faculdades não possuem Diretório ou Centro Acadêmico ou estes não tem contato com a Federação.


Durante o EREA, o Momento EMAU divulgou trabalhos e estruturas dos Escritórios e se estendeu em uma articulação maior entre o EMAUS da Regional São Paulo, gerando diretrizes para um trabalho participativo mais intenso não só dentro do ambiente dos Escritórios mas também entre eles. As principais pautas desse momento foram a formulação de uma plataforma dos EMAUS da regional que possam se estender ao país e também a gestão e regularização dos escritórios diante da sua universidade.

Conclusões

A principal percepção dos participantes das mesas e rodas de discussão foi de que houve um desinteresse de grande parte dos presentes nas atividades do evento, seja em torno da temática proposta ou das discussões em torno da Federação. Isso pôde ser visto na maioria das atividades, uma vez que as pessoas que participaram dos momentos de discussão eram quase sempre as mesmas.


Fora esse fato, as pautas tomadas durante todo o evento foram muito importantes para a formação social, engajamento estudantil e vontade de mudança de cada estudante. Isso se refletiu nos principais assuntos da plenária final, que apresentaram pontos importantes para a manutenção tanto da Federação quanto dos repasses deixados às próximas diretorias.


Por último, e talvez uma das pautas mais importantes, foi debatido a participação dos estudantes nos Encontros, não só dos que puderam e podem comparecer aos eventos, mas também dos estudantes que ficam excluídos desses momentos e autonomia devido à falta de medidas de assistência ou permanência estudantil, que se dão principalmente no formato de cotas ou isenções integrais as quais não se fazem presentes em várias universidades assim como não foram aplicadas no EREA ISA 2017.


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